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sexta-feira, 29 de novembro de 2013

O Marrom

O marrom é a cor mais rejeitada...é difícil alguém gostar realmente dele. Uma vez eu perguntei para uma pessoa (imagina, bem íntima minha), adivinha a minha cor preferida? A resposta foi, não sei...marrom? rsrs...ai ai! Mas o marrom é uma cor de destaque na moda, sabiam? Os tons terra e suas gamas são apreciados e muito apreciados em casa, com a madeira, com o couro.

Marrom é a cor do outono! O envelhecimento da natureza é marrom.
Marrom é a cor dos materiais rústicos, espaços com espaços marrons, móveis, tapetes ou revestimentos, dão a impressão de reduzidos e este limite traz uma sensação de segurança, em casa o marrom é acolhedor.
Na gastronomia o marrom é forte, tostado, aromático: café, chá, cerveja. Até os ovos caipiras parecem ser mais saborosos que os ovos brancos.

O marrom tem origem na mistura das cores, ele contém vermelho, amarelo, azul e preto. Pode até conter um pouco de branco. No marrom, as individualidades desaparecem, há falta de personalidade, sobra monotonia. Alguém aí se lembra do Charlie Brown? Personagem cômico de tirinhas de quadrinhos, era um cara bacana, ainda que aberto a possibilidades, é um perdedor, um medíocre, sem identidade - Brown rsrs.

Esta é a cor de quem não quer aparecer, mas se adaptar. É usado em roupas esportivas e de passeio já que camufla a sujeira, pois na natureza o marrom nunca é uniforme. Também, esta cor é a mais comum nos cabelos, e para tornar isto mais apreciado, chama-se de cabelos castanhos.

Na Idade Média, o marrom era a cor, considerada, feia. Usada em roupas de pobres, camponeses, escravos, servos e mendigos. As fibras eram naturais e o tigimento, caro e difícil, era sinal de status.
Mas hoje sabemos que uma pele bronzeada é desejada, com proteção solar, óbvio. A cor dos modernos, dos esportistas. Nos anos 1920, Coco Chanel já considerava ultrapassado uma mulher ter a pele muito pálida. Depois do Grand Tour, para favorecer a apresentação da pele bronzeada, o marrom entrou na cartela de cores de verão, assim como o preto.


São mais de 90 tons de marrom: castor, café, areia, ferrugem, mel, canela, ocre... 

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Ouro e Prata

Pensar em ouro é pensar em metal nobre, invariavelmente. Ouro é luxo, raro e não existe no mundo inteiro. O ouro obtido nas minas e nos rios é de alta qualidade, puro. A marcação 999 equivale a 24 quilates. Na fabricação de jóias, a liga maior é de 22 quilates. A nuance da cor do ouro é fornecida pelos metais que são misturados a ele, o amarelo é de prata+cobre, o vermelho de cobre, este é o mais comum nas jóias antigas, era muito apreciado. O ouro branco é paládio+níquel e o verde é prata+ cádmio.

Me lembrei de Ali Baba e os 40 ladrões...rsrsrs.  Ouro provém de pedras e onde há pedras, há ouro! O ouro é, também, a cor da fama, do Oscar, da medalha nº 1. O ouro pode durar eternamente, as alianças de ouro, de casamento, são símbolo do eterno, da consolidação.

A prata sempre se compara ao ouro, mas é fria, distante. Um litro de água pesa 1kg e um litro de prata 10,5kg, a prata é pesada. Quando a prata fica abandonada ela fica preta. Ela é muito mais abundante que o ouro e existe, praticamente, no mundo todo e é o metal precioso mais utilizado também, mas só 15% é usado em jóias. A indústria a utiliza mais, para vários fins, até torna água potável, mata germes, sabia?

A prata pertence à categoria de luxo, de pompa, representa o material. Mas é mole demais para ser trabalhada pura, necessita de outras ligas, cobre, níquel e zinco.  A maioria das jóias tem 80% dela, marcada com o número 800.


Ouro e prata são um par, como sol e lua, homem e mulher. Hoje em dia, os vestidos dourados e prateados tem o mesmo preço, quem escolhe o primeiro quer demonstrar a pompa do seu dinheiro, quem escolhe o segundo quer se exibir, brilhar. O ouro representa seu próprio valor, a prata é subordinada, dá valor à personalidade de quem a usa.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Cor de Rosa

Doce e delicado, mais fraco que vermelho, a cor do charme, do carinho, do sentimentalismo, o rosa chocante, criativo.

Sabe o rosa bebê, de menina? Ele só começou no século passado. A partir de 1920 as crianças passaram a ser vestidas com cores, antes era comum o branco. Nesta época, da moda reformista, as mulheres pararam de usar corpetes e foi desenvolvida uma moda para as crianças. Elas vestiam roupas confortáveis, roupas de marinheiro para meninos e rosa para as meninas. Só em 1970 o rosa se impôs como feminino, quando o nylon se tornou apreciado e as cores de bebês atingiram seu ponto alto.

Antes disso, a aristocracia francesa era adepta aos tons pastel, o Rococó ditava as regras, quando cores básicas recebiam pitadas de branco, representando a tinturaria. Ah Madame Pompadour! O rosa era usado por homens e mulheres, mas visto como cor masculina era uma cor litúrgica.

Sob o sentimentalismo, o mundo perfeito é cor de rosa! O mundo dos sonhos!


terça-feira, 19 de novembro de 2013

A cor Violeta

Parece complicado distinguir o violeta do lilás, cores raras na natureza. Mas um é a mistura de vermelho e azul, o outro tem a mesma mistura e, ainda, branco. A união dos opostos simboliza o violeta. Li que artistas experimentam usar, inclusive, cores que desgostam e conhecer o efeito delas, em consequência, descobrem uma beleza que desconheciam. Interessante!

Violeta é a cor da teologia. Estou em Roma, de férias, esta cor litúrgica da Igreja é, também, a cor da penitência.

Nas vestimentas o violeta é percebido como extravagante, como ousado. Lembrei-me da Marquesa Casati  rsrs. Pura singularidade. Era a cor predileta de Elizabeth Taylor, combinava com seus olhos. É a cor da vaidade.

No violeta os opostos se fundem, vincula a sensualidade à espiritualidade, o amor à abstinência. Marca o visível com o invisível, antes de anoitecer é a última cor que antecede a escuridão total. É a fantasia, a busca anímica, tornar possível o impossível. Para os esotéricos, é a cor do cérebro, conecta sentimentos e inteligência.


Em meados de 1900, a estética artificial era violeta, cultuado na decoração de interiores, eram combinados com preto. Cenário de femmes fatales, na década da malva. O violeta se relaciona com as mulheres, em 1920 pela luta em favor do voto, nos anos 1970 pela luta por salários e o direito ao aborto. 50 anos de feminismo!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

A cor Laranja

Pensa-se, geralmente, no vermelho e no amarelo antes de pensar no laranja...cores que constituem o próprio laranja, uma cor exótica.

Antes de a fruta laranja chegar a Europa, a cor laranja não se chamava assim, havia referência com outros nomes, como o vermelho amarelado. Teve de ser produzida a fruta, a extraordinária laranjeira, com suas flores e frutos, e aroma inebriante e, então, a cor se registrou (a laranjeira vem da Índia).

Os sabores agridoces são alaranjados e comemos muitos alimentos laranjas: cenouras, damascos, lagostas, camarões, abóboras. Gosto bastante destes alimentos cor de laranja. A cor das vestes de Baco é laranja, a cor do lazer e da sociabilidade.

O laranja é penetrante e extrovertido. Não é levado a sério, então é não tem prestígio. Daí nos anos 1970, todos os artigos de plástico, sintéticos, terem sido laranjas, baldes, cabos. Laranja era a cor do moderno, nesta década.


Em termos de vestimentas, quem usa o laranja quer se sobressair, é a cor dos originais. Aê!!! (me emocionei) As peças laranjas são mais vistas em mulheres do que em homens, fazem-se presente no verão e casam com a pele escura, com a bronzeada. Mulheres com pele branca e sardas alaranjadas, cabelos alaranjados também ficam deslumbrantes em laranja e na combinação laranja + marrom.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O Branco

O branco é a cor mais perfeita. Sem entrar no mérito dos impressionistas, todo o pintor tem o branco como à cor mais importante, é que ele tem em maior quantidade. O pintor das casas também, não é?

E o Criador ao fazer o mundo, disse: “Faça-se luz!”...Branco, claro, iluminado! O leite materno é branco e no xadrez, as peças brancas começam.

O branco impera onde alimentos são preparados, do açougue ao chefe do restaurante da moda. Nos hospitais também, o que é estéril é branco. Por outro lado, é inocente, imaculado.

Na moda, o branco se estabelece com o triunfo da burguesia sobre a antiga nobreza. Nada de cintura apertada, rosto coberto de branco ou perucas brancas. Ao invés da riqueza seria mostrada a espiritualidade, portanto, o branco. Em busca da democracia perfeita. As mulheres se vestiam com vestidos brancos, soltinhos e esvoaçantes – a era clássico-grega. Mulheres extravagantes usavam transparência e davam a impressão de estarem nuas. Tudo ao estilo grego, inclusive na arquitetura, tudo era branco ao estilo classicista. Vejo colunas de mármores, filósofos, e vocês?

Na gastronomia os alimentos brancos são mais atraentes, mas as pessoas sabem que com a perda da cor natural, tipo, arroz integral para arroz descascado, há a perda de nutrientes. O frango tem menos nutriente do que a carne vermelha, o pão branco tem menos do que o pão escuro. Em termos de alimento o que é branco parece fino, mas pode ser artificial e pouco substancial.


O branco também pode conceder status, nos EUA e na Inglaterra, o colarinho azul das camisas já representou o trabalho com base na força física enquanto o colarinho branco era o empenho de força intelectual. A camisa branca era símbolo de status. As donas de casa alvejavam as camisas sobre a grama, a exposição ao sol e ao ar, e a liberação de oxigênio, branqueava as peças, naturalmente. Mas os tecidos sintéticos são, na verdade, cinzas e tingidos de brancos, assim não são alvejados, desbotam e ficam amarelos com o tempo.  Mas até hoje, a camisa branca é sinônimo de elegância.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O Preto

Se o branco é a soma das cores do arco-íris, o preto é a ausência de todas as cores. Renoir, precursor do impressionismo, afirmava que preto era “não cor”.

A visão sobre o preto varia de acordo com a faixa etária, mais jovens a ideia é de moda, mais velhos, de morte. Se branco é o começo, preto é o fim. O somatório de todas as cores palpáveis: vermelho, azul e amarelo é, praticamente, preto – ausência de luz. Fim.

O preto nega, se vermelho é o amor, o vermelho e o preto, juntos, são ódio. O preto reverte os valores. Quem enxerga tudo preto é pessimista. De outro lado, violeta e preto é a cor da magia.

Na Idade Média era comum o tingimento de preto, podia ser barato e descomplicado. Mas este preto, da época, era um cinza escuro. Era difícil obter o preto intenso. O preto fumo ainda é usado hoje em lápis, em máscaras de olhos, em tinta para impressão. Depois da descoberta do caminho para as Índias, o preto intenso ficou acessível. Com as Américas, o Campeche proporcionou o preto denso usado em meias de seda e nylon.

O preto como moda, se origina na corte espanhola. A cor da religiosidade em época da Inquisição. O rei Carlos I usava preto. E esta moda era recatada, corpo coberto e um rufo (aquela gola plissada e engomada) no pescoço. Adoro os rufos! Os rufos entraram na moda em 1540. Sobre as vestimentas pretas, de seda ou lã merino, muitos bordados com pérolas e pedras preciosas. 
  
Por volta de 1900 as noivas usavam preto e o véu, apenas, era branco. Os vestidos eram aproveitados após o casamento, em festas. A ideia era aproveitar a roupa ao máximo. O casamento era um negócio, antes de um ideal romântico e a frieza da razão era preta.


Mas se o preto dispensa cor, o preto é elegância, não deseja atenção. Black tie! E Coco Chanel criou o “pretinho”, ideal para ocasiões formais, curto. O preto, sem gritar por atenção, sustenta a quem o veste com personalidade. Preto é individualidade.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

A cor Verde

Caqui, oliva, turquesa, são 100 tons de verde, a cor intermediária, a 5ª essência da natureza. Uma ideologia, um estilo de vida, a natureza, a consciência ambiental.

O verde resulta da mistura do azul com o amarelo. Apresenta variações, muitas, inclusive muda de acordo com a luminosidade, de um jeito se for natural e de outro se artificial. O verde é tranquilizador, neutro.

As cidades têm áreas verdes, espaços verdes, a civilização ganha pinceladas verdes, naturais. É o oposto do seco, do murcho, do morto! Então a saúde é verde. Verde é sorte, felicidade, lembram do trevo de 4 folhas?

A cor da primavera, a estação da fertilidade. O jade é o símbolo da fertilidade segundo a simbologia chinesa. No caso da maturação o verde é o início de um processo, até a cor final, morangos vermelhos, nozes marrons, azeitonas pretas, a juventude é sempre verde.  O verde se apresenta em nomes femininos: Laura, Flora, Linda, Olívia.

Verde era a cor preferida de Napoleão, no início do século XX o verde produzido a partir do arsênico foi proibido, Napoleão foi envenenado por seus guardas com arsênico. O verde-veneno...uau! Monstros e dragões são, também, verdes. Dizem que os marcianos também...rsrs.

Macieiras, samambaias, musgos, tingem de verde, são cores pouco caras, cores pálidas. Os tons fortes exigem processos mais elaborados. Quanto mais luminoso, mais aristocrático! A Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, veste verde. No parlamento inglês, as cadeiras dos Comuns são verdes, em veludo. As dos Lordes (são espaços distintos) são vermelhas. Lembraram-se do vermelho dos nobres?


Prefiro o verde para verdejar!!!

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O Amarelo

Amarelo, é a cor preferida de poucos, me incluo nesta amostra. Junto do azul e do vermelho, é uma das 3 cores primárias. Misturada com o vermelho dá o laranja, misturada ao azul, fornece o verde, ela depende outras cores combinadas a ela. Perto do branco esta cor parece clara, já perto do preto, ela grita, evidente! O amarelo é ambíguo.

A cor do sol age de modo revigorante e alegre. O amarelo é a cor do verão, é a floração, a cor mais comum entre as flores, aí os perfumes serem, geralmente e artificialmente, amarelos. Por outro lado, o amarelo é a cor das consequências, o cartão amarelo do futebol,  o símbolo contendo o preto sobre o amarelo advertindo uma ameaça.

A planta mais famosa para se tingir de amarelo é o açafrão, um dos corantes mais caros de todos os tempos. O amarelo açafrão é avermelhado e duradouro. Isso faz lembrar, dentro da agricultura, os campos no norte da China, constantemente cobertos pelo pó amarelo do deserto de Gobi. A cor da majestade do Império do Meio é o amarelo. Já na Índia esta é a cor  dos Deuses e dos governantes.


O amarelo da iluminação, dos sabores ácidos, chamativo, das manchas...tantos deles, são 115 tons de amarelos: âmbar, bambu, gema, girassol, manteiga, ocre ...